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Pix com função de cartão de crédito: entenda o que está por vir

Pix poderá ganhar função de cartão de crédito em 2025. Saiba o que muda no sistema e como isso pode beneficiar consumidores e lojistas.

O Pix, sistema de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central (BC), pode ganhar uma nova funcionalidade que promete revolucionar as operações financeiras no Brasil.

Segundo Roberto Campos Neto, presidente do BC, a previsão é que o Pix funcione como um cartão de crédito a partir do final de 2025.

A atualização, inclusive, já está em desenvolvimento e busca tornar o sistema ainda mais vantajoso tanto para consumidores quanto para lojistas.

Pix com função de cartão de crédito.
Banco Central planeja nova funcionalidade do Pix para compras parceladas. Entenda as mudanças e as vantagens dessa inovação. (Foto: Jeane de Oliveira / procredito360.com.br).

O que muda com o Pix como cartão de crédito?

Atualmente, as compras parceladas com cartões de crédito envolvem custos elevados para os lojistas, como taxas de adiantamento de recebíveis. Com o novo Pix, essas operações seriam simplificadas e mais acessíveis. Segundo Campos Neto:

  • O consumidor poderá usar o Pix diretamente no banco para realizar compras parceladas, sem necessidade de um cartão físico.
  • O banco poderá ajustar as taxas de acordo com o risco do cliente, tornando o crédito mais barato para as empresas.
  • O novo sistema pode diminuir o custo do adiantamento de parcelas, ajudando lojistas a obterem recursos com taxas mais competitivas.

Em suma, a funcionalidade será uma extensão tecnológica do sistema Pix e exigirá adaptações nas plataformas de pagamento e nos processos das instituições financeiras.

Veja também:

Impacto nos custos e no acesso ao crédito

Campos Neto explicou que, no modelo atual, quando um lojista antecipa os valores das vendas parceladas, ele paga uma taxa de desconto maior do que o risco real assumido pelo banco emissor do cartão. Essa distorção eleva os custos para o comércio. Com o Pix com função de crédito:

  • As taxas seriam calculadas com base no risco real do cliente, reduzindo os custos.
  • Lojistas terão maior previsibilidade financeira, com acesso a taxas mais justas.

Além disso, o BC estuda incluir a funcionalidade de usar o fluxo de receitas futuras do Pix como garantia de empréstimos bancários, o que pode facilitar ainda mais o acesso ao crédito para empresas.

Como funcionará o sistema de garantia?

Para que o Pix funcione como cartão de crédito e também possa ser usado como garantia, será necessária a implementação de uma tecnologia que permita o bloqueio de valores no sistema. Esse processo, chamado de bloqueio reverso, garantirá que:

  • O valor das parcelas futuras esteja protegido para os bancos, assegurando o pagamento.
  • Fluxos de recebíveis possam ser usados como garantia em operações de crédito.

A saber, a funcionalidade será desenvolvida junto com a nova tecnologia de crédito do Pix, garantindo maior segurança nas transações e mais confiança para todas as partes envolvidas.

Parcelado sem juros: um ponto de atenção

Outro tema que, segundo Campos Neto, pode voltar ao debate é o modelo de parcelamento sem juros no cartão de crédito.

Ele destacou que esse formato é uma prática cultural no Brasil e gera custos que são distribuídos por toda a cadeia de crédito.

Embora o parcelado sem juros não esteja diretamente ligado ao desenvolvimento do Pix como cartão de crédito, a discussão sobre seu impacto financeiro ainda deve ser retomada no futuro.

Quais os próximos passos?

Para que o Pix com função de cartão de crédito seja implementado, o Banco Central e as instituições financeiras precisarão investir em melhorias tecnológicas e em adequações às plataformas de pagamento.

O projeto depende também da continuidade da agenda evolutiva do BC na próxima gestão, já que o mandato de Campos Neto termina em dezembro.

Essa inovação promete transformar a forma como brasileiros lidam com pagamentos parcelados, tornando o Pix uma ferramenta ainda mais versátil e competitiva no mercado financeiro.

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